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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

IMAGENS RESTAURADAS

CULTURA, ESPORTE E JUVENTUDE


Imagens Sacras do Museu Histórico do Crato começam a ser restauradas

08/10/2009

Começam a ser restauradas as imagens sacras do Museu Histórico do Crato. São 19 imagens, algumas delas com mais de 200 anos. O projeto foi selecionado pela Secretaria de Cultura do Estado (Secult), para apoio à preservação material, na modalidade de preservação de acervos museológicos, executado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Juventude local, que administra o equipamento. Serão seis meses de um trabalho, que não envolve somente a recuperação das imagens, mas a conscientização sobre a importância do resgate da história local.

O trabalho de restauração está sendo feito pela italiana, Maria Gabriella Federico, restauradora que já vem realizando esse trabalho há 22 anos, desde o seu país de origem. Gabriela afirma que a imagem mais importante do museu, a de São Fidélis, co-padroeiro do município, tem mais de 200 anos e está bastante danificada. É a primeira a receber os cuidados de recuperação. Alguns dedos precisam ser refeitos e o trabalho é extremamente minucioso. Será um mês de trabalho, com o monumento em madeira provavelmente confeccionado pelos índios cariri e influência dos padres. Além dela, também está sendo restaurada a imagem de São Francisco, também uma das mais antigas do Museu.

Prefitura Municipal de Crato



REPORTAGEM

Maria Gabriella Federico Nasceu no Cairo em 30 de março de 1961. Com quatro anos de idade vai, com os pais para Itália, todos descendentes de Italianos. Em 30 anos de residência fixa em Roma, especializa-se em Restauração, Fotografia e Esculturas em barro, pintura sobre cerâmica com cozimento, micro jato de areia e douração. Cursa também decoração de paredes e falso mármore. Sempre com um olhar pelo Brasil realiza seu sonho em 1993, aonde vem pela primeira vez como curadora de uma exposição de Arte Moderna no Rio de Janeiro. A partir de 1996, mantém fixa suas raízes por aqui. Na Itália restaura várias obras como afrescos do século dezenove, escultura de madeiras do século dezoito, molduras e poltronas com douração e entre outros como as esculturas de mármore do Jardim interno do Palácio Real de Torino, pela ‘Sovrintendenza di Belle Arti’, importante órgão cultural na Itália. No Brasil começa restaurações de peças particulares no Rio Grande do Sul, depois Rio de Janeiro, onde restaura um painel de azulejos com 19m², em Vitória-ES obras particulares e em São Paulo trabalha com várias obras do Arquiteto Ney Marcondes. Nos últimos seis anos trabalha no estado do Ceará. Primeiro mantendo Fortaleza como residência permanente e depois de trabalhar no Crato, restaurando as primeiras obras suas no Cariri, apaixona-se mais ainda pela cultura local e muda-se decisivamente para a cidade. Entre as obras restauradas por aqui estão: Quatro imagens da Igreja da Sé do ano de 1920, ‘Nª Sª da Penha com São Simão’, ‘São José’, ‘Nª Sª do Coração de Jesus’ e ‘Santa Margarida a La Coque’, ‘Nª Sª da Conceição’, do século XVIII e ‘Menino Jesus’, ambas em madeira policromada, pertencentes ao acervo particular do Bispo D.Fernando Panico. E ‘NªSª da Conceição, do século XIX, em madeira policromada, em estilo barroco do acervo particular do Pe. Francisco Edmilson, Pároco da Cadetral da Sé. Em Missão Velha restaura ‘São José’, tamanho natural pertencente à Igreja Matriz. Em Mauriti, restaurou a ‘Nª Sª da Conceição’, em madeira policromada do século XIX de estilo clássico e origem brasileira, pertencente à Igreja Matriz e a imagem de ‘Santana’, também em madeira policromada do século XVIII, da Igreja Santana de Mauriti.



Maiores informações no blog de Gabí, como gosta de ser chamada:
nos contatos imediatos: 88 – 3521-1590 / 88 – 8834-9795
 
SITE; http://www.blogdocrato.com.br/

O CRATO GANHA

“Geralmente, este trabalho é feito aleatoriamente, sem o conhecimento científico”, destaca o historiador Armando Lopes Rafael, lembrando que Gabi veio para o Cariri, em 2006, por indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para restaurar a imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade do Crato.


Em seguida, restaurou a imagem de São José, padroeiro de Missão Velha. Em Mauriti, também na região do Cariri, a restauradora trabalhou detalhadamente na escultura de Nossa Senhora da Conceição, que fica no altar principal da Igreja Matriz. Um trabalho de restauração que a impressionou, segundo Armando, foi a imagem de Jesus Cristo crucificado na Catedral da Sé, no Crato. Havia quatro pinturas que escondiam uma obra de aproximadamente 200 anos.

Uma peça valiosa cujos traços lembram o trabalho de Aleijadinho — escultor, entalhador e desenhista mineiro Antônio Francisco Lisboa, considerado o maior expoente do estilo barroco nas Minas Gerais e das artes plásticas no Brasil. Enquanto retocava imagens, quadros e outros objetos antigos, a egípcia se apaixonava pelo Cariri que, segundo afirma, é uma terra diferente. “Aqui a gente consegue conviver com a modernidade e o medieval. Os grupos folclóricos, os hábitos e costumes do povo nos remetem à antigüidade” diz a restauradora Gabi.

Outro ponto que chamou a atenção da restauradora foi a arte caririense, a criatividade e o talento dos artistas regionais. Gabi ressalta também que o caririense é reservado, isto é, retraído, discreto, prudente e cauteloso no relacionamento com as outras pessoas.

Maria Gabriela Federico nasceu no Cairo, capital do Egito, mas morou durante muito tempo em Roma, a “cidade eterna”. Depois, Gabi deixou o velho mundo, com mestrado em Restauração de Objetos Antigos, para esculpir o seu próprio universo no Brasil. Terminou escolhendo o Cariri, mais precisamente o Crato, para montar a sua oficina de sonho, criatividade e reconstituição do passado para viver o presente. Atualmente, mora na Praça da Sé, onde um dia o frei Carlos Maria de Ferrara, conterrâneo de seus pais, fundou a cidade do Crato, em 1745, construindo a primeira capela que tem como padroeira Nossa Senhora da Penha, restaurada por Gabi.


Fonte: Diário do Nordeste - http://www.vermelho.org.br/pr/noticia.php?id_noticia=40297&id_secao=11



QUEM É MARIA GABRIELLA FEDERICO?

Gabriela é uma viajante, uma cidadã do mundo, com uma sensibilidade e inquietação aflorada que descobriu há alguns anos a cidade do Crato - CE (localizada no espiritual Estado do Cariri) e um dos seus empreendimentos foi o Olhar Casa das Artes, uma espécie de casa de convivência entre público e artistas. Essa peregrina da arte é uma das principais restauradoras de peças artísticas da cidade do Crato.


Alexandre Lucas - Quem é Maria Gabriella Federico?
Maria Gabriela Federico - Sou profissional da área de restauração e gosto muito da profissão que escolhi; por isso me dedico ao trabalho com fervor e emoção. Gosto da diversidade, a humanidade me fascina. Sou uma observadora atenta a tudo e a todos, principalmente no que diz respeito à cultura e as artes. No campo das artes, gosto da pintura, da escultura, da música, do teatro, do cinema, etc. Procuro me rodear do belo no tocante a arte e da amizade no relacionamento com as pessoas. Sou caseira e muito ativa. Não consigo ficar um instante sem fazer algo, sempre procuro me ocupar: seja organizando a casa, cozinhando, restaurando, lendo, ouvindo música, etc. Esse comportamento dinâmico, meu filho, o trabalho e os amigos me dão forças para ter uma vida equilibrada e a medida do possível feliz. Sou também uma colecionadora compulsiva: gosto de sapatos – ás vezes me sinto a Imelda Marques … aquela das Philipinas (risos). Coleciono também livros, esculturas, pinturas, fotografias. Sou uma pessoa alegre e parecida com tantas outras. Como diria Rita Lee: “Uma pessoa comum, um filho de Deus… remando contra a maré” só que acreditando nas pessoas e com muita Fé !!

Alexandre Lucas - Quando teve inicio seu trabalho artístico?
Maria Gabriela Federico - Há um bom tempo. Desde minha infância na Itália. O trabalho com Restauração começou na minha adolescência.

Alexandre Lucas - Quais as influências do seu trabalho?
Maria Gabriela Federico - O meu trabalho tem influência do trabalho de meus mestres restauradores da Itália. A arte do Império Romano Antigo, do Renascimento Italiano, do Maneirismo, do Barroco e do Rococó com há qual muito convivi em Roma, também tem reflexo no meu trabalho.

Alexandre Lucas - Como você se tornou restauradora?
Maria Gabriela Federico - Quando terminei meus estudos na Academia de Artes em Roma, ainda não tinha clareza de qual profissão seguir. Minha mãe trabalhava com alta costura e tinha conhecidos no “mundo da moda italiana”, com isso comecei a fotografar na Itália para empresas particulares e para álbuns de modelos. Naquela época eu fotografava com máquinas analógicas, e o custo com películas fotográficas, viagens e estadias, me fez perceber que tinha mais despesas que lucro em essa profissão. A concorrência acirrada, também me afastou da profissão de fotógrafa. Voltei para as artes decorativas. Como já trabalhava com cerâmica, comecei a decorar peças de barro cozido, com pigmentos coloridos para forno. Também fui monitora de artes para doentes mentais em um consultório psiquiátrico e em um abrigo para crianças abandonadas. Tempos depois conheci uma restauradora renomada em Roma que me convidou para trabalhar em seu atelier. Com quatro meses de trabalho já dirigia restaurações de afrescos em prédios históricos – responsabilidade a mim concedida por minha “Maestra”. Havia muito trabalho e ela confiava na minha aptidão ao trabalho de restauro. Mais adiante, fiz cursos de aperfeiçoamento em escolas de artes particulares. Fiz cursos de estética e história da arte, técnicas e materiais de restauração, restauração de esculturas, restauração de afrescos, decoração em falsos mármores, aplicação de folhas de ouro e prata em objetos artísticos, técnicas de pintura, etc. Trabalhei em uma dessas escolas como restauradora exclusiva por dois anos. Em seguida abri minha própria firma de restauração em Roma.

Alexandre Lucas - A restauração possibilita para você um contato com a história dos lugares?
Maria Gabriela Federico - Sim, muito! Por exemplo, restaurei aqui no Crato, há alguns anos atrás, a imagem da padroeira da Cidade – Nossa Senhora da Penha. Símbolo maior da comunidade Católica do Crato. O Crato Nasceu de uma Missão Católica vinda de Pernambuco para se fincar num aldeamento indígena na região. Os capuchinhos que aqui chegaram trouxeram a devoção de Nossa Senhora. Portanto quando restauro um símbolo de devoção popular de longa data, entro em contato com a história do lugar.

Alexandre Lucas - Fale da sua trajetória como restauradora?
Maria Gabriela Federico - Todos nascemos com uma determinada aptidão, às vezes a desenvolvemos, às vezes não. Quando pequena, eu recolhia cacos de cerâmicas quebrados de algumas coisas na cozinha, tinha seis anos e colava as partes diretinho, lembro-me que já entendia que se tivesse uma cor para complementar a pintura, a rachadura seria disfarçada, era uma brincadeira que me dava prazer. Tudo o que fiz me serviu de preparação profissional. Descobri isso, tempos depois, e por acaso. Trabalhei com restauração (Afrescos) na Italia: Roma, Napolis, Frascati (Interior do Lazio) Milão e Torino. Outros lugares foram Barcelona, Creta e Ginevra, sempre trabalhei intensamente, até mesmo nas férias, pois não consigo ficar parada.

Aqui no Brasil cheguei no ano 1996. Mas de inicio não trabalhei com restauração, porque meu filho era muito pequeno e resolvi me dedicar a ele. Mas, depois de um tempo, abri um espaço comercial em Santa Maria no Rio Grande do Sul que era meu atelier. Os meus clientes eram antiquários e colecionadores de arte. No ano 2000 trabalhei para prefeitura do Rio de Janeiro com restauração de painéis de azulejos portugueses. Depois, fui a São Paulo, na cidade de Pindamonhangaba e finalmente em Vitória, no Espírito Santo onde fiz vários trabalhos na minha área de atuação. Voltei para o Sul e de lá vim para o Nordeste. Primeiro Fortaleza onde trabalhei para o IPHAN e depois me estabeleci aqui no Crato. Vim para o Crato para restaurar a imagem de Nossa Senhora da Penha na Igreja Matriz. Por essa terra me apaixonei e aqui estou até hoje: sempre restaurando e me aperfeiçoando nesta arte.

Alexandre Lucas - Quem mais restaura no Brasil?
Maria Gabriela Federico - Quem mais restaura são os restauradores contratados pelo governo Federal, principalmente a serviço do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Outros que contratam serviços de restauradores são: Antiquários, Museus, Igrejas – principalmente a Igreja Católica, Institutos do Patrimônio Histórico de alguns estados da federação e alguns setores da iniciativa privada.

Alexandre Lucas - Como você ver a relação entre arte e política?
Maria Gabriela Federico - A arte está atrelada as relações humanas. Conseqüentemente é fruto dessas relações. Estas relações podem ser históricas, políticas, sociais, etc. Então, no meu entender, a arte não está desvinculada da política.

Alexandre Lucas - Quais as principais dificuldades técnicas encontradas pelo restaurador?
Maria Gabriela Federico - Algumas, principalmente a falta, aqui na região, de materiais adequados para o restauro. Grande parte do meu material de trabalho tenho que comprar em grandes centros comerciais como São Paulo. Outras dificuldades podem surgir, mas tento sempre contorná-las usando minha criatividade. No meu trabalho tento me espelhar nas regras impostas pelo IPHAN de acordo com normas internacional com a utilização de materiais reversíveis nas restaurações: colas animais, pigmentos naturais de qualidade superior, resinas de fácil remoção.

Alexandre Lucas - Quais seus próximos trabalhos?
Maria Gabriela Federico - Espero contribuir com a preservação do patrimônio artístico do Cariri. Desejo restaurar sempre com qualidade e dedicação.

LINK: http://blogdoalexandrelucas.blogspot.com/2011/03/maria-gabriela-federico-artista.html

HISTORIA EXPRESSA NA ARTE SACRA CARIRIENSE

18/09/2011

A busca da origem nas imagens. A história descortinada. Uma identidade revelada. Do pintor, do escultor, da obra, do seu tempo. Quantos segredos podem ser revelados por meio da arte? A resposta para a restauradora do Cairo, no Egito, naturalizada italiana, Maria Gabriela Federico, que há sete anos está no Ceará, sendo quatro deles na região do Cariri, é o infinito. Algo que transcende. Está na alma.

São 24 anos trabalhando com restauração de imagens, uma experiência que nasceu em Roma, na Itália. Lá, foram oito anos de uma trajetória profissional, que se fincou no Brasil e veio desembocar no Nordeste brasileiro. A marca do catolicismo europeu está bem presente nas imagens que ela tem restaurado pelo Brasil. Tanto é que a maioria delas foi trazida da Europa para os altares das igrejas brasileiras. E no Nordeste isso não poderia ser diferente. No Cariri, Gabriela tem desenvolvido trabalhos importantes e com boas descobertas, o que vai muito além da arte de restaurar.

Na próxima semana, a festa de São Miguel, no Crato, trará a renovação não apenas da igreja, mas das imagens dos santos, que estarão todos recuperados. Um anjo barroco é uma das peças raras da coleção de imagens e também uma das mais valiosas da região. Cada trabalho de recuperação, uma tarefa minuciosa e difícil. É que tudo requer muita paciência, boa orientação para a equipe que segue junto.

Primeira restauração

A imagem de Nossa Senhora da Penha, da Sé Catedral, no Crato, foi o primeiro trabalho de recuperação desenvolvido por Gabriela. Desceu do nicho depois de 70 anos. Foi feita por uma empresa do Rio de Janeiro, onde se produzia imagens com estilo europeu, com cerca de 1,85 metro de altura. É em madeira, com dourações e tinha rachaduras no encaixe das costas da escultura, na face de Nossa Senhora e do Menino Jesus, que ela tem no colo. Depois veio outra imagem de Nossa Senhora da Penha, de mais de 200 anos, da casa paroquial.

O Cristo Morto, da mesma igreja, foi o mais revelador dos trabalhos que Gabriela tem desenvolvido na região. Eram quatro camadas de tinta. Com o início da restauração, ela via traços de um trabalho raro no Brasil. O escultor, que não se sabe o nome, deverá ter sido, para Gabriela, um aluno de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, com uma influência direta. Os traços que se descobria, aos poucos, era a lembrança de um dos momentos da história das artes plásticas no Brasil, com um dos escultores de traços mais marcantes da arte sacra.

Não eram apenas os 70 anos que se suspeitava, mas, sim, uns 200 anos, de acordo com os cálculos de Gabriela. É que pelo menos há 100 anos, por conta das flagelações que alguns homens se determinavam, cortando as suas próprias carnes em sacrifício e sem dó, é que os próprios padres decidiram então esconder, segundo a restauradora, parte dos ferimentos, retratando o sofrimento da via crucis. As chagas por todo o corpo, as cores, a forma como foi apresentada por uma época, a história e a visão do artista, tudo isso merece a atenção sensível de quem recupera, por estar não apenas tornando original uma imagem desgastada pelo tempo, mas trazendo a sua característica singular e particular de uma época.

O tipo de tinta utilizada na coloração dos ferimentos, na época foram avaliadas por um médico da cidade, segundo Gabriela, para identificar as cores usadas e a relação da forma real que uma pessoa ficaria após morte. Exemplo disso é a pele esbranquiçada em torno dos ferimentos, e o corpo com uma coloração de pele um pouco escurecida, após a crucificação. Uma aproximação da realidade. As chagas na imagem acabaram sendo escondidas, para não influenciar tanto os penitentes a se martirizarem até à morte. Com isso, todas as imagens com Cristo foram restauradas, cobrindo os ferimentos e deixando muito pouco aparecendo.

O olho estava fechado e, descortinando as partes falsas, a escultora descobriu que havia gesso, e foi retirado. Com isso, encontrou a coloração da íris, um momento de emoção e encontro com a arte verdadeira. Com a emoção do próprio artista que a esculpiu. O pano que cobre o quadril é todo ensanguentado e os ferimentos nos ombros não apareciam, por conta do carregamento da cruz.

Uma das primeiras imagens recuperadas por Gabriela, no Cariri, foi a de Nossa Senhora da Conceição, na Matriz de Mauriti, imagem de madeira feita no Brasil. Um estilo diferente das antigas encontradas na região, que mais traduzem o estilo barroco. Lá, ela viu algo diferenciado, o estilo clássico, uma arte que considera de rara beleza desenvolvida no Brasil, que incorpora mais o teatral.

Restauração

70 anos foi o período que a imagem de Nossa Senhora da Penha, de 1,85 metro de altura, padroeira do Crato, ficou no nicho da igreja. Saiu apenas para passar por restauração.

LINK: http://www.bulhoesproducoes.com.br/exibe_noticia.php?id=3551&PHPSESSID=67480265556f6f15f21ae36f815e3632

GREJA DE SANTA ANA

Patrimônio


Italiana restaura igrejas no Cariri

Restauradora italiana, que está morando no Cariri, vem realizando a recuperação das paróquias da região, entre elas, a de Missão Velha e a do Crato. Em Santana do Cariri, a especialista vai recuperar os afrescos e a imagem de Sant´Ana Rita Célia Faheina, da Redação

Gabriela Federico prepara o orçamento para a realização do trabalho de recuperação dos afrescos que começam no teto e vão até o piso da Igreja de Santana do Cariri. Os afrescos (obra feita sobre a parede com base de gesso, pintura mural mais antiga e resistente da história da arte) e a imagem de Sant´Ana que fica no altar-mor serão recuperados pela restauradora italiana Gabriela Federico, a mesma que fez trabalhos de restauração na Paróquia de São José, em Missão Velha, e na Catedral da Sé do Crato.

A matriz de Santana do Cariri é a mais antiga da região do Cariri Oeste. "Já foram feitos os testes de prospecção e ela (Gabriela) encontrou sete camadas de pinturas sobre os afrescos. A imagem de Sant´Ana foi pintada há cinco anos", informa o pároco Adalmiran Vasconcelos. Gabriela, no momento, prepara o orçamento para a realização do trabalho de recuperação dos afrescos que começam no teto e vão até o piso da igreja. O padre diz que contará com a ajuda da iniciativa privada e pretende iniciar os trabalho em julho próximo, época da festa da padroeira. "Na região, é a única paróquia que conserva o latim nas celebrações dos festejos da padroeira. Os fiéis fazem questão dos cânticos em latim".

Gabriela Federico, natural de Roma (Itália), diz que veio conhecer o Cariri e decidiu ficar morando no Crato. No fim de 2006, ela fez a restauração da paróquia de São José, em Missão Velha, a 522 quilômetros de Fortaleza. "Na escultura em gesso havia uma pintura sobreposta e elaboramos a reforma segundo as técnicas de restauração". Gabriela encontrou fios de ouro na imagem original do santo. Em Mauriti, também na região do Cariri, a restauradora trabalhou detalhadamente na escultura de Nossa Senhora da Conceição, que fica no altar principal da igreja matriz.

Um trabalho que a impressionou foi a imagem de Jesus Cristo crucificado na Catedral da Sé, no Crato. "Havia quatro pinturas que escondiam uma obra de cerca de 200 anos. Uma peça valiosa cujos traços lembram o trabalho de Aleijadinho (escultor, entalhador e desenhista mineiro Antônio Francisco Lisboa, considerado o maior expoente do estilo barroco nas Minas Gerais e das artes plásticas no Brasil). "A obra deve ser de autoria de um artista do Cariri, mas tem influência barroco e, principalmente, de Aleijadinho", reforça.

A assessora da Secretaria de Turismo e vice-presidente da Associação dos Artesãos de Santana do Cariri, Lana Luíza Maia Nóbrega, diz que a restauração da igreja matriz vai ser importante para a cidade porque muitos nativos e turistas visitam o templo. É um dos locais mais visitados pelos que vão à cidade, assim como o Pontal de Santa Cruz, onde há uma capela, restaurante e um mirante. Ela também se refere ao casarão do Coronel Felipe da Cruz Nunes, prédio centenário onde funciona a Associação dos Artesãos. "Ali são feitas réplicas de fósseis, dinossauros de latas e outros objetos do artesanato local", informou. (Colaborou Amaury Alencar)


FIQUE POR DENTRO

A técnica dos afrescos era conhecida e utilizada por gregos e romanos. Há informações sobre decorações em afresco na Pinacoteca da Acrópole de Atenas, executadas por Polignoto de Tasso (séc. V a.C.), tendo como tema a Batalha de Maratona e os afrescos de Lesche, do mesmo autor. São ainda conhecidos os pintores Apéles e Protógenes (séc. IV a.C.) que se utilizaram da mesma técnica.

CARIRI AGORA: http://caririag.blogspot.com/2008/04/jornal-o-povo-deste-domingo-destaca.html